domingo, 2 de agosto de 2009

Memória do Futebol Baiano – Colo Colo



História

O Colo Colo foi fundado em 3 de abril de 1948, por um grupo de desportistas liderado por Airton Adami para disputar a semana inglesa, competição que, aos sábados lotava o Estádio Mário Pessoa, então um dos maiores do País. A semana inglesa era um torneio promovido pelo sindicato dos comerciantes e que se realizava somente nas tardes de sábados com os portões do estádio abertos.
O nome do Colo Colo veio de um clube chileno de mesmo nome, e que na década de 50 fazia da sua intimidade com a bola um espetáculo de futebol e por isso inspirou o time de Ilhéus. O seu mascote é o tigre; já a cor do uniforme, azul e amarela, veio de um outro grande time, o Boca Juniors da Argentina.


Time do Colo-Colo, 1950

O primeiro uniforme usado pelo clube foi comprado em Buenos Aires, por José Haroldo de Castro Vieira. A primeira diretoria foi composta por: Airton Adami, Silvio Silva, Ivan Lelis da Mata, José Alves Barreto, Cláudio Silveira e Júlio Rodolfo Vieira. Ao longo da sua história, o Colo Colo já teve oportunidades de disputar partidas com grandes nomes do futebol nacional, a exemplo do Flamengo.
O primeiro título veio em 1953 como campeão ilheense. De 1958 a 1961 o Tigre conquistou o tetracampeonato amador ilheense. Em 1967 o Colo Colo participou pela primeira vez do campeonato baiano de futebol profissional, armando um de seus melhores times, com destaque para o jogador Miltinho Simões, que chegou a marcar 5 gols em um só jogo, porém em 1969 voltou à categoria de amador. Em 1997 foi campeão municipal e em 1998 disputou a copa da Bahia. Em 1999 o tigre sagrou-se campeão da segunda divisão, voltando à elite do futebol baiano. Mas, foi em 2006 que conseguiu seu grande trunfo sendo Campeão Baiano de futebol profissional.
Na Copa do Brasil de 2007, o Tigre defrontou-se com o Atlético Mineiro, em 14 de fevereiro de 2007, no Estádio Mário Pessoa, perdendo por 3x1, logo eliminado, em jogo com forte chuva e campo em estados precários para a realização do jogo.

Ídolos e títulos

O time de Ilhéus, por ter pouca notoriedade e não ter quase visibilidade, a não ser na Bahia, tem raros casos de atletas com destaques em sua história.
O maior ídolo do time litorâneo é o atacante Miltinho Simões. O jogador defendeu a equipe durante as primeiras participações no Campeonato Baiano e fez parte de um dos melhores elencos já montados pela diretoria do Tigre, em 1968.
Neste ano, o centroavante entrou para a história da agremiação após marcar cincos gols em uma mesma partida. Com o declínio do time, no entanto, o goleador também sucumbiu e desapareceu pelos campeonatos do país. Hoje, Miltinho, artilheiro da equipe no estadual de 1968, é treinador na Bahia.
Com o ostracismo do Tigrão durante as décadas de 70, 80 e início dos anos 90, poucos jogadores de destacaram, sendo os com algum potencial logo negociados para gerar fundos ao time e, assim, pagar despesas.
Outros jogadores sempre lembrados pela torcida baiana são o zagueiro Nildon Birro Doido, o meia Armandinho e o atacante Gil.
O título do Campeonato Baiano conquistado pela equipe em 2006 ficou mais marcado pela força do conjunto do que por algum talento individual, mas mesmo assim grande parte do elenco se transferiu para as duas maiores equipes do Estado, Bahia e Vitória.

Mascote


A mascote do Colo Colo baiano é um Tigre. O animal foi escolhido por ser símbolo de força, raça e persistência, características necessárias para vencer e superar obstáculos. O símbolo está presente também no escudo do clube e a agremiação é carinhosamente chamada por sua torcida de Tigrão.

Títulos.

Estaduais

Campeonato Baiano: 2006.
Campeonato Baiano - 2ª Divisão: 1999.


Time campeão em 2006 Em pé - esquerda pra direita: Sandro, Wescley, João Paulo, Rodrigo, Lima e Marcelo. Frente - esquerda pra direita: Juninho, Ednei, Mário Lacraia, Gil e Alex Santos.

Campeonato Baiano 2006 – Final

VITÓRIA 2 x 4 COLO-COLO

Local: Barradão - Salvador

Árbitro: Rosalvo da Silva Mota

Auxiliares: Alessandro Alvaro da Rocha Matos e Belmiro da Silva

Vitória: Émerson, Apodi, Jean, David Luiz e Alysson; Garrinchinha, Advaldo, Alessandro Azevedo

e Índio, Mendes e Marcelo Moreno.

Treinador: Arturzinho.

Colo-Colo: Marcelo, Lima, João Paulo, Tiago e Wescley; Sandro, Alex Santos, Juninho e Gil;

Jânio e Ednei.

Treinador: Ferreira.

Gols: Índio 1-0 aos 7min (pênalti) e 2-0 aos 11min, Ednei 2-1 aos 11min e Gil 2-2 aos 19min do primeiro

tempo. Gil 2-3 aos 9min e Ednei 2-4 aos 26min do segundo tempo.

Cartões amarelos: David Luiz, Rodrigo, Marcelo Moreno, Advaldo e Marcelo Augusto



Fonte: Wikipedia e Howstuffworks.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Memória do Futebol Baiano: Botafogo


O Botafogo Sport Club é um clube brasileiro de futebol, com sede na cidade de Salvador, capital do estado da Bahia. Suas cores são o vermelho e o branco.
O Botafogo disputou seu primeiro campeonato em 1916.
No ano de 1919, após a realização de todos os jogos do campeonato, verificou-se no final um empate entre os clubes Fluminense e Botafogo, ambos com 17 pontos. No dia 24 de fevereiro de 1920 foi realizado o desempate, com assistência recorde e sob a arbitragem de Solly, goleiro da Associação. O jogo terminou empatado em 1 x 1. O desenrolar desse encontro foi cheio de irregularidades e violências, sendo suspenso várias vezes, precisando a intervenção de Arthur Moraes e outros.
Por causa desse encontro arrebentou na Liga uma crise que abalou o mundo esportivo e por isso, só quando a paz foi feita, já em maio, foi realizado o segundo encontro de desempate.
A 23 de maio realizou-se o jogo de desempate, sob a direção de João Nova, do Ypiranga. Durante a madrugada caiu sobre a cidade forte temporal, ficando interrompido o tráfego. O Fluminense, como que adivinhando, levou na véspera o seu time para o Rio Vermelho, onde pernoitou na residência do seu sócio o jogador Astério Sobrinho.
Às 8 horas lá estavam os craques de Anísio Silva em campo a espera do seu adversário. Sem transporte, o Botafogo só chegou ao gramado às 10 horas, quando o tráfego foi restabelecido. Pela lei, o Fluminense já era campeão, por WO. Mas Anísio, com mais um dos seus gestos nobres, não aceita os pontos e concorda em jogar. O jogo foi realizado e Antoninho F. Dias, numa escapada, faz um gol, caindo depois seu time na defesa. Era o primeiro título do Botafogo. O Fluminense dominou mas nada conseguiu e assim, depois de estar com o título de campeão nas mãos, deixou-o fugir. Coisas do futebol.

Rivalidade com o Ypiranga.

O Botafogo rivalizou è época com o Ypiranga, pois ambos dominaram o cenário futebolístico da boa-terra até 1930.
O alvirrubro foi responsável pela interrupção da série de títulos do Ypiranga em 1919. Depois, foi bicampeão em 1922 e 23 e campeão em 1926, 30, 35 e 38. As conquistas fizeram do Botafogo o segundo clube mais popular da cidade, já que o Bahia ainda começava a acumular simpatizantes.
Enganam-se muitos que pensam que o tradicional clássico BA-VI é o mais antigo do futebol da Bahia, afinal é um dos maiores do nosso futebol onde sempre temos casa cheia, jogos terminados em confusões, brigas entre jogadores e dirigentes onde até mesmo um desses jogos foi terminar numa delegacia de policia. Pois bem o BA-VI só passou a ter a rivalidade levada aos extremos no inicio dos anos 50 quando o Vitória voltou a se dedicar mais ao futebol e a ganhar títulos e a ser um ferrenho adversário do Bahia, clube fundado em 1931 e que passou a dominar o futebol baiano daí por diante, antes mesmo do Bahia ter o Vitória como maior rival o mesmo teve no Botafogo de Salvador e no Ypiranga seus maiores rivais até 1937 quando surge o Galicia passando a dividir com o tricolor a pose do nosso futebol, durante o final da década de 30 e inicio da de 40 o jogo entre Bahia e Galicia era comparado ao Fla-Flu no Rio de Janeiro. Porém no inicio do nosso futebol aqui trazido por Zuza Ferreira até meados de década de 10 não tínhamos lá grandes rivalidades esta se passou a se acirrar a partir do ano de 1917 quando Ypiranga o auri-negro o mais querido e o Botafogo o alvirrubro o glorioso, passaram a dominar o futebol em nosso estado com suas conquistas alternadas de 1917 a 1930 apenas duas agremiações fora Botafogo e Ypiranga venceram o campeonato baiano a Associação Atlética da Bahia e o Clube Bahiano de Tênis os outros títulos ou eram do Botafogo ou do Ypiranga.

No inicio dos anos 20 a rivalidade tomava conta da cidade de Salvador quando se antecedia a partida entre os clubes mais populares o Ypiranga tinha em seu quadro o maior jogador da Bahia: Apolinário Santana o (Popó) ídolo no estado tinha até uma musica “Popó chuta chuta, chuta por favor, mela, mela, mela e lá vai é gol” (melar na época era driblar o adversário), com uma linha média formada por Mica, Nebulosa e Hercílio e uma linha de ataque formada por Lago, Popó, Dois Lados, Matices e Cabloco o Ypiranga assombrava com goleadas de quatro, cinco, seis e até mesmo de dez gols, em 1923 no dia 15 de abril em uma tarde de gala Popó marca os cinco gols do Ypiranga sobre o Fluminense/RJ no Campo da Graça em jogo vencido pelo auri-negro por 5 a 4.
Já no Botafogo que também tinha uma linha media espetacular como assim me contava Chico Bezerra, a quem eu tive o prazer de conhecer em 1987 quando trabalhava em um escritório de advocacia, ele que fora jogador do Vitória e depois do Botafogo, a linha formada por Serafim, Tenente e Chico Bezerra, tinha no ataque um arsenal vigoroso formado por Tatuí, Macedo, Manteiga, Seixas e Pelego, sendo Manteiga o seu astro principal ele também foi o grande nome na vitória sobre o Fluminense/RJ no dia 12 de abril de 1923 marcando os dois gols do alvi-rubro.
Com estes grandes quadros compostos de bons jogadores se tem a idéia do que era este jogo, campeão em 1917/1918, viu o sonho do tri se acabar em duas derrotas por 1 a 0 e 2 a 1 para o rival e nem chegar a final e ver o Botafogo levantar a taça, em 1920 volta a erguer a taça numa final memorável contra a Associação Atlética por 1 a 0 com um gol de Dois Lados, que após o jogo teve o pé que marcou o gol banhado por champagne, e com uma goleada de 4 a 1 sobre o rival. Em 1921 um Ypiranga arrasador vence facilmente o campeonato com onze vitórias nos onze jogos e claro bate o rival por 2 a 1 no dia 08/05/1921.
Na temporada seguinte o glorioso reacende a rivalidade ao impedir um novo tri do Ypiranga e vencer as duas partidas entre eles uma por 2 a 0 em 14/07/22 e uma goleada pra fechar com chave de ouro a campanha por 7 a 0 no dia da padroeira de Salvador Nsª Srª da Conceição dia 08/12/22 com esta goleada o auri-negro ficou apenas na quarta colocação, Manteiga e Seixas brindaram o torcedor e em especial Pedro Capenga que comandava a animação no lado da torcida alvirrubra. No ano seguinte mais alegrias para os botafoguenses com a conquista de um inédito bicampeonato em uma final extra contra a Associação Atlética da Bahia por 1 a 0 gol de Pelego nos confrontos houve uma vitória para cada Ypiranga 2 a 0 e uma do Botafogo 3 a 1.
Em 1924 a Associação Atlética da Bahia vence o campeonato, nos jogos entre os rivais mais uma vez uma vitória para cada Botafogo 2 a 0 e Ypiranga 3 a 0, porém neste ano houve um quadrangular final e ambos foram eliminados nas semifinais, já em 1925 tivemos a retomada da hegemonia da dupla com o Ypiranga campeão neste ano e duas vitórias esmagadoras por 3 a 0 e 5 a 1, no ano seguinte o Botafogo leva a melhor nos turnos uma vitória para cada 4 a 2 para o Botafogo e 1 a 0 Ypiranga que tirou o título neste jogo e levando a decisão para uma extra já em 1927 no dia 09 de janeiro festa alvirrubra com uma acachapante vitória por 7 a 2 neste jogo um jovem Rubinho comandou a goleada marcando três gols, mais tarde jogou também no Bahia. Em 1927 o campeão é o Clube Bahiano de Tênis mais nos clássicos só deu Ypiranga que venceu por 3 a 2 e 4 a 1.
Em 1928 e 1929 o Ypiranga vem com a corda toda pra ter posse da hegemonia da terra e com uma novidade na linha de frente Pelágio um atacante rápido, habilidoso que passou a ser o terror das defesas adversárias, no dia 19/08/28 um jogão com um empate em 5 a 5 segundo Chico Bezerra neste jogo ele se contundiu após um choque com Delano do Ypiranga e nunca mais voltou a jogar, no segundo turno o Ypiranga venceu por 7 a 4 e venceu o campeonato com outra goleada diante o Bahiano de Tênis por 7 a 3 neste ano o auri-negro marcou 47 gols e 10 jogos media fabulosa de 4,7 gols por jogo. No ano de 1929 os dois travaram uma disputa bem acirrada até a rodada final, no turno a Ypiranga venceu por 2 a 0 com gols de Pelágio, no segundo houve um empate em 4 a 4 o time canário somente se sagrou campeão por ter a Associação Atlética da Bahia segurado um empate contra o Botafogo em 4 a 4 na ultima rodada e deu ao Ypiranga mais um bicampeonato, fato que levou um diretor do mais querido a se dirigir para a Associação Atlética à noite e pagar uma rodada de gasosa de limão aos atletas a agremiação como agradecimento ao título Brás Moscoso que era famoso por ter dado a chance de muita gente começar no futebol no amadorismo, pois os atletas às vezes se atrasavam para o jogo por irem de bonde ou a pé e ele pegava jovens na arquibanca ou geral e botava o cara pra jogar mesmo fato feito com Rubinho, Gegê, Nelson e Serra.
No ano de 1930 o Botafogo mais uma vez estragou a tentativa de um tricampeonato do Ypiranga que apesar do ataque arrasador com 44 gols em 8 jogos não foram o suficiente para levar o time à conquista, nos jogos entre eles Botafogo 3 a 1 no turno e Ypiranga 3 a 0 no returno, neste ano o Ypiranga aplicou uma sonora goleada diante o Democrata FC por 16 a 0 com Pelágio marcando 6 vezes e Popó 4 vezes.

Rivalidade com o Bahia

Os clássicos entre Bahia e Botafogo eram bastante folclóricos. Desde que surgiu, em 1931, o tricolor não perdia para o alvirrubro. Revoltado, um torcedor botafoguense prometeu levar um pote ao estádio sempre que os dois times se enfrentassem e, quando seu time acabasse com a série positiva do rival, ele quebraria o objeto. Como o Botafogo permanecia sem vencer, o jogo ficou conhecido como “clássico do pote”. Apenas em 1938 – ano do último título do clube – o torcedor alvirrubro pôde comemorar, após uma vitória por 3 x 1. Os cacos foram guardados pelos torcedores botafoguenses como amuleto para as partidas contra o Bahia.
O clube está desativado desde 1989, mas continua pagando sua licença de funcionamento. Chegou a disputar o Campeonato Baiano Juvenil em 2001, mas sem sucesso. Atualmente, a equipe profissional está licenciada do Campeonato Baiano de Futebol, participando apenas das divisões inferiores do futebol baiano.


Time do Botafogo em 1952. Em pé: Alberto. Nazario. Bartolomeu. Flávio. Tatuí e Julio.Agachados: Dedeu. Iedo. Zague. Roliço e Lamarone.

Títulos
Estaduais
Campeonato Baiano: 7 vezes (1919, 1922, 1923, 1926, 1930, 1935 e 1938[1]).
Vice-Campeonato Baiano: 1918, 1929, 1932, 1943, 1954, 1965 e 1977.
Vice-Campeonato Baiano da Segunda Divisão: 1984.
Torneio Início: 6 vezes (1924, 1925, 1940, 1948, 1952 e 1963).

Curiosidades

Inauguração da Fonte nova

Em 28 de janeiro de 1951, era inaugurado o templo do futebol baiano: o Estádio da Bahia, rebatizado como Otávio Mangabeira e conhecido como Fonte Nova. Botafogo 1x1 Guarany foi o placar inaugural, com Nélson, do alvirrubro, tendo a honra de marcar o primeiro gol.

MICA, O CRAQUE DO FUTEBOL
Primeiro baiano a jogar na seleção nacional

Alfredo Pereira de Mello, o célebre Mica, nasceu em Salvador, em 15 de outubro de 1904. Foi nadador, remador, maratonista e futebolista. No futebol destacou-se no Yankee, o time verde, preto e branco do Rio Vermelho, campeão do Torneio Início do Campeonato Baiano de 1921.
Transferindo-se para o Botafogo, sagrou-se bicampeão baiano, ajudando o “glorioso auri-rubro” a conquistar dois títulos de Campeão do Centenário. O primeiro aludia à Independência do Brasil (1822) e o segundo à Independência da Bahia (1823).
Orgulho do futebol da Bahia, por ser o primeiro jogador de um clube baiano (Botafogo) chamado para a seleção nacional principal, a convocação de Mica acabou se convertendo num tabu que ultrapassou meio século.
O recorde de Mica perdurou por 65 anos, sendo quebrado, coincidentemente, no dia do seu falecimento, 10 de março de 1989, aos 84 anos. Os autores da façanha foram Charles e Zé Carlos, ambos baianos e pertencentes ao E.C. Bahia. O palco foi a cidade de Fortaleza, onde o Brasil goleou o Peru por 4 a 1, com dois gols do centroavante Charles, que se constituiu no melhor jogador em campo.

Fonte: Wikipedia, Sítio da Academia dos Imortais do Rio Vermelho, Blog Balipodo e Sítio Museu do Futebol.

domingo, 14 de setembro de 2008

Memória do Futebol Baiano - Galicia


Alcunhas: Azulino, Granadeiro, Demolidor de Campeões

O Galícia Esporte Clube é um clube do futebol baiano com sede em Salvador, capital do estado da Bahia, na Região Nordeste do Brasil.

História

O Galícia foi fundado em 1 de janeiro de 1933 por imigrantes espanhóis provenientes da Galícia. Seu primeiro presidente e um dos fundadores foi Eduardo Castro Iglesias.
O clube foi o primeiro tricampeão do Campeonato Baiano de Futebol e praticamente dominou o panorama futebolístico da Bahia durante seus dez primeiros anos de fundação, tendo sido campeão nos anos de 1937, 1941, 1942 e 1943 e vice-campeão em 1935, 1936, 1938, 1939 e 1940. Depois desse período áureo, voltou a ser campeão baiano somente em 1968, obtendo ainda quatro vice-campeonatos em 1967, 1980, 1982 e 1995.
Em 1935 o Galícia venceu o Torneio Início, que era uma espécie de pré-temporada. Era uma disputa entre os principais clubes da Bahia, antes do Campeonato Baiano, ou Campeonato da Cidade como também era chamado. O primeiro jogo do Torneio foi contra o Bahia [venceu por 2x0].
Na semifinal, pegou o Botafogo e venceu por três corners a zero [quando o jogo terminava empatado no tempo regulamentar, havia uma prorrogação, tempo extra. Se continuasse empatado, eram contados os escanteios. Quem tivesse mais escanteios ao seu favor era o vencedor do jogo].
Já na final, o Galícia enfrentou o Ypiranga e venceu por quatro corners a zero. Em 1936 os granadeiros conquistaram o vice-campeonato, jogando contra o Vitória. Não foi uma final. O Campeonato era por pontos corridos. E, no jogo que valia a segunda colocação, o Galícia deu 3x1 nos ‘Leões da Barra’.
O primeiro título baiano do Galícia veio em 1937. O time campeão era formado por De Vinche, Bubu e Bisa; Ferreira, Vani e Walter; Dedé, Servilho, Vareta, Bermudes, Palito e Moela. Nos arquivos de jornais da época não foi possível encontrar detalhes dessa conquista, dado o elevado grau de deteriorização dos mesmos. O que temos é essa bela e antiga fotografia extraída do Jornal Diário de Noticias, que presenteamos a você, torcedor galiciano.



O acontecimento esportivo de mais notoriedade dos anos de 1940 foi à conquista do Tri-campeonato Baiano pelo Galícia. Os três anos seguintes a 1940 foram determinantes para sagrar o Azulino como um grande clube de futebol baiano. A mídia, que havia criticado os azulinos pelas campanhas não muito convincentes nos anos posteriores à conquista do campeonato de 1937, percebia que o Galícia teria destaque no início da década e alertavam que o clube lutaria para reconquistar o título de “O Demolidor de Campeões” - termo usado pela imprensa atribuído ao jornalista do jornal A Tarde, Aristóteles Gomes, a autoria do apelido.
No ano de 1941, o Bahia queria uma melhor de três contra o Galícia, na final. O azulino, por sua vez, não concordava e considerava-se Campeão pois tinha quatro pontos à frente do Tricolor na tabela. Depois de muita confusão e indefinição o Campeonato Baiano de 1941 encerrou no dia 25 de fevereiro de 1942, tendo o Galícia proclamado Campeão Baiano.
Já O Bicampeonato não foi tão truculento. Depois de uma campanha invejável a equipe granadeira conquistou o Campeonato Baiano de 1942, vencendo o seu sempre freguês, o Bahia, por 3x1, no dia 31 de outubro de 1942. Gols de Palito (dois) e Reginaldo.



A história do Tri é, sem dúvida, cheia de emoção. O Campeonato de 1943 foi decidido em uma melhor de três contra o Botafogo. O Galícia chegou à disputa do título após está, quase todo o campeonato, na terceira colocação da tabela, e o Botafogo liderando.
A chegada para a reta final foi alcançada por mérito do próprio Galícia, que impediu a acelerada marcha do Botafogo rumo ao título. No jogo em que o Botafogo sagrar-se-ia campeão se vencesse ou empatasse, o Galícia derrubou-o por 3x0. Todos os três gols de Izaltino. E se lançou para a disputa do título.
No primeiro confronto o Galícia saiu na frente e ganhou o jogo por 4x2, no dia 18/4/1944, com gols de Izaltino, Pequeno, Louro e Curto. No segundo embate, no dia 25/4/1944, o Botafogo venceu por 2x1, dando mais emoção à final. Na última e decisiva partida do Campeonato Baiano de 1943 o time da Cruz de Santiago, o Galícia, venceu o Botafogo por 5x1, sagrando-se TRI-CAMPEÃO BAIANO, no dia 28 de abril de 1944, com gols de Pequeno (fez dois), Izaltino, Curto e Alberto.
Após estes títulos, o Galícia somente 25 anos depois voltaria a ganhar um campeonato baiano (1968), numa campanha com 27 jogos, 11 vitórias, 15 empates e apenas uma derrota.


Capa do Estado da Bahia de 16 de setembro de 1968. Na foto, Sapatão tenta ganhar o duelo contra Chiquinho. O empate de 0 X 0 com o Fluminense de Feira, na Fonte Nova, bastou para que o “Demolidor de Campeões” conquistasse o quarto título baiano, depois de 25 anos sem faturar um campeonato.

Seu melhor desempenho regional foi no anos seguinte com o vice-campeonato da Zona Nordeste do Torneio Norte-Nordeste de 1969. Nacionalmente, participou do Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão em 1981 e 1983, além de disputar a Terceira Divisão entre 1995 e 1997.
Rebaixado para a Segunda Divisão do Campeonato Baiano em 1999, e após tentar, sem sucesso, retornar à Primeira Divisão nas duas temporadas seguintes, o clube licenciou-se da competição profissional em 2002 e passou a disputar o Campeonato Baiano somente nas categorias inferiores.
Em 2006, um importante acontecimento teve lugar na história do Galícia: a criação, por um grupo de torcedores, da ATAG - Associação Torcedores e Amigos do Galícia, com o objetivo de assessorar e estimular o clube nas questões patrimonial, administrativa e social.
Naquele mesmo ano, o clube voltou a participar do Campeonato Baiano profissional, após quatro temporadas licenciado. No retorno, terminou apenas em terceiro lugar, insuficiente para conseguir o acesso. Em 2007, repetiu a tentativa, conseguindo desta vez o vice-campeonato. Porém, como apenas o campeão era promovido, continuou na Segunda Divisão, da qual participará novamente em 2008.

Símbolos

O Galícia é conhecido como "Demolidor de Campeões", "Granadeiro" ou "Azulino", e é considerado o "segundo time do coração" dos torcedores do Bahia e do Vitória.
Seu escudo é branco com uma faixa diagonal azul e a Cruz de Santiago em vermelho ao centro. O uniforme é composto por camisas azuis, calções e meias brancas.
O hino foi composto por Francisco Icó da Silva, tendo sido gravado pelo Inema Trio (formado por Douglas e a dupla Tom e Dito, famosa por interpretar também a música "Tamanco Malandrinho").

Títulos

Estaduais
Campeonato Baiano: (1937, 1941, 1942, 1943 e 1968).
Vice-Campeonato Baiano: (1935, 1936, 1938, 1939, 1940, 1967, 1980, 1982 e 1995).
Campeonato Baiano 2ª Divisão: 1985, 1988.
Vice-Campeonato Baiano 2ª Divisão: 2007.
Torneio Início: (1935, 1936, 1939, 1945, 1946, 1950, 1954, 1957 e 1960).
Nota: Em 1938, foram disputados dois campeonatos baianos. No primeiro, o Botafogo foi o campeão. No segundo, o campeão foi o Bahia e o Galícia o vice.

Ídolos

Alguns jogadores de projeção nacional foram revelados no Galícia, tais como Marinho Peres, campeão brasileiro de 1976 pelo Internacional e zagueiro titular da Seleção Brasileira na Copa da Alemanha - 1974, o lateral-direito Toninho os atacantes Washington e Oséas, Servílio (ex-Corinthians) e Vevé (ex-Flamengo), todos eles com diversas passagens pela Seleção Brasileira.

Outro jogadores que se tornaram ídolos do clube foram Nelson Leal (que continua sendo um craque de bola, apresentando seu talento todo sábado pela manhã no Clube Espanhol, em Salvador), Evilásio, Esquerdinha, Lenilson (atualmente no São Paulo), Lula Mamão, Ferreira e Helinho (goleiros), Morais (ex-Cruzeiro), Pirulito, Valtinho, Robson, Rangel, Gláucio, Léo Mineiro e Moisés dentre outros. Também jogou no Galícia o atacante Jacozinho, que se notabilizou na partida de despedida de Zico, quando foi o destaque do jogo.

Entre os grandes treinadores galicianos, como Jorge Vieira (1968), Danilo Alvim (1981), Abel Braga (1987) e Eládio Magalhães (1995), figurou com destaque o campeão mundial de futebol Aymoré Moreira, treinador do Brasil no bicampeonato no Chile em 1962. Com Aymoré, a equipe chegou ao vice-campeonato baiano em 1980.

Curiosidades

- Na década de 1940, o jogo Galícia x Bahia era considerado pela imprensa como o “Fla x Flu baiano”. Isso, porque as duas equipes quando se enfrentavam davam o melhor de si para conquistar a vitória. A rivalidade se assemelha ao memorável Ba x Vi, dos dias de hoje.

Fontes:

http://www.galiciaec.com.br/index.php Site oficial do Galícia Esporte Clube

http://www.granadeiros.com Site não-oficial

terça-feira, 1 de julho de 2008

Memória do Futebol Baiano - Ypiranga



"Outros clubes do futebol baiano podem ser mais ricos, mais prósperos, mais badalados pela imprensa, donos até de maior torcida e de maior número de títulos recentes. Nenhum de gloriosa tradição quanto o E.C. Clube Ypiranga, o time de Popó, antigamente poderoso, milionário, invencível, supercampeão... O Ypiranga pode perder a vontade por que já ganhou demais, já deu muita alegria aos seus fiéis torcedores. Se o visitante tiver de escolher um clube de futebol, escolha o Ypiranga..."

Jorge Amado


Alcunhas: O Mais Querido
Mascote: Canário

O Esporte Clube Ypiranga é um clube de futebol com sede em Salvador, Região Nordeste do Brasil. Suas cores são amarelo e preto.
É o terceiro clube com mais títulos baianos, depois do Bahia e do Vitória, com 10 conquistas no total.

História

Fundação: 7 de setembro de 1906, no sobrado 41 da Rua da Faísca, esquina com Travessa do Gabriel, centro de Salvador. Primeiro nome: Sete de Setembro Futebol Clube, depois Esporte Clube Ypiranga. Fundadores: Alfredo Francisco Dias, Frutuoso Almeida, Raimundo dos Santos Camacho, João Pinheiro, Manuel Souza, José Arouca e Cecílio Menezes. O Ypiranga é o terceiro clube com mais títulos baianos (10), depois do Bahia e do Vitória. Atualmente, a equipe profissional disputa a 2ª Divisão do Campeonato Baiano de Futebol. O Estádio Deputado Galdino Leite (Vila Canária) tem capacidade para 4.000 espectadores. Mas por falta de condições de jogo o time está utilizando o Estádio Roberto Santos que tem capacidade para 15.000 espectadores.
Primeiro Uniforme: camisa verde, calção branco, depois trocado por camisa toda preta, calção branco. O uniforme listrado passou a ser utilizado em 1911. Depois, a camisa amarela entrou no guarda roupa. As primeiras bolas do Ypiranga eram feitas de meia, pois não havia recursos para comprar material esportivo.
No início do Século XX, jovens excluídos sociais trabalhadores de ofícios e de ganhos impedidos por fatores étnicos, sociais e econômicos, cotizaram-se e fundam o Sport Club Sete de Setembro, em 17 de abril de 1904, que é extinto em 7 de setembro de 1906, para dar lugar ao Sport Club Ypiranga (atualmente Esporte Clube Ypiranga).
O nome do novo time é escolhido de forma emblemática, fruto do momento conjuntural de construção da identidade nacional.
O Esporte Clube Ypiranga é a síntese da união dos pobres da cidade, que querem se integrar construindo um tempo novo, rompendo com privilégios das elites arraigadas pelo escravismo do antigo regime imperial.
O Ypiranga não é o time que apenas permitia que negros e pobres figurassem no seu elenco, de maneira oportunista e utilitária. Ele foi fundado e dirigido por esses segmentos, seus torcedores eram os excluídos sociais e quem se identificava com esses.
O primeiro título do aurinegro veio em 1917 e foi categórico. Na disputa por pontos corridos contra seis times, "o mais querido" venceu oito e empatou dois (contra Flu de Salvador e Internacional). No ano seguinte, bicampeão com oito vitórias. Outro bi em 20/21 quando se tornou o maior vencedor do estado: quatro títulos contra dois de São Salvador, Vitória e Fluminense.
Se o Botafogo fatura em 30 o quarto caneco, o Ypiranga faz 16x0 no Democrata, maior goleada da história do Baianão.
O surgimento do Bahia na década de 30 foi devastador para o clube canário, com seis títulos em dez disputados. O Ypiranga tentava reagir ao faturar as taças de 32 e 39. "O mais querido" não sabia, mas caía para segunda força no campo e no coração. Em 1951, venceu pela décima e última vez o estadual, quando o tetracampeão Bahia acumulava 12 títulos e o Vitória, apenas os dois de 1908/09.

Um gigante adormecido

Quando se fala em futebol baiano, as pessoas logo pensam no Bahia e no Vitória, mas nem sempre foi assim. Na primeira metade do século passado, o grande time no estado era outro. O Ypiranga era a equipe de maior torcida e o recordista de títulos.
Há 80 anos, a camisa do Ypiranga era a mais vendida nas lojas do ramo da cidade e o hino do clube a música mais cantada.
Alguns torcedores ilustres já se foram. O escritor Jorge Amado era conselheiro do clube. Irmã Dulce, antes de virar freira, não perdia um jogo do Ypiranga. O ídolo da irmã chamava-se Apolinário Santana, mais conhecido como Popó. Ele até nome de rua virou. Popó foi o maior craque do esporte baiano nas décadas de 20 e 30. Foi bi-campeão estadual jogando pelo Ypiranga.
Só que a era de Popó se foi. A partir da década de 50, o clube começou a perder o brilho. No ano que vem o time completa 100 anos e agora a luta é para que o time não desapareça de vez.
A Vila Canária, o centro de treinamento, é o retrato da decadência. Sem dinheiro, o Ypiranga não disputa uma competição profissional desde 2001. A parceria com um bingo foi a última tentativa de salvação, mas terminou mal e a sede do clube foi penhorada pela Justiça.
Atualmente, encontra-se licenciado do campeonato baiano.

Títulos

Copa Norte-Nordeste: 1951.
Campeonato Baiano: 10 vezes (1917, 1918, 1920, 1921, 1925, 1928, 1929, 1932, 1939 e 1951).
Vice-Campeonato Baiano: 10 vezes (1915, 1924, 1926, 1927, 1931, 1933, 1937, 1938[1], 1942 e 1949).
Torneio Início: 8 vezes (1919, 1922, 1929, 1933, 1947, 1956, 1959 e 1963).

Ídolos

Apolinário Santana, o Popó: O maior carque do Ypiranga e do Estado da Bahia em todos os tempos.



Apolinário Santana, mais conhecido como Popó. Foi homenageado até com nome de rua. Popó foi o maior craque do esporte baiano nas décadas de 20 e 30. Foi bi-campeão estadual jogando pelo Ypiranga.
Outros ídolos do Ypiranga: Ferrari, Pequeno, Marito, Israel, Antônio Mário.

Curiosidades:

- O primeiro campeão estadual no Estádio Otavio Mangabeira (Fonte Nove) foi o Ypiranga.
- No primeiro jogo noturno realizado na Fonte Nova o Ypiranga “bateu” o grandioso São Paulo.
- O Vasco da Gama depois de uma longa e invicta temporada no Norte e Nordeste, tendo vencido, inclusive, nosso co-irmão E.C. Bahia, teve sua invencibilidade “quebrada” pelo Ypiranga.
- Em memorável jogo com o Remo do Pará, a quem venceu, o Ypiranga foi campeão do primeiro torneio Norte/Nordeste.
- O Atleta do Século Edson Arantes, PELÉ, tem titulo de sócio do Ypiranga que lhe foi concedido em 1971.


Fontes: Wikipedia
http://ec.ypiranga.zip.net